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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 14

Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos


--------P - Influem os Espíritos em nossos pensamentos e atos?

--------R - "Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem".

--------P - De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?

--------R - "Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que, frequentemente, muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns aos outros. Pois bem! No conjunto deles, estão sempre de mistura com vossos, os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas idéias a se combaterem".

--------P - Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?

--------R - "Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-lo. Não o fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se decidiu-se pelo bem, é voluntariamente que o pratica. Se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade".

--------P - É sempre de si mesmos que os homens inteligentes e de gênio tiram suas idéias?

--------R - "Algumas vezes, elas lhes vêm do seu próprio Espírito. Porém, de outras muitas, lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de vulgarizá-las. Quando tais homens não as acham em si mesmos, apelam para a inspiração. Fazem assim, sem o suspeitarem, uma verdadeira evocação".

Observação de Kardec: "Se fora útil que pudéssemos distinguir claramente os nossos pensamentos próprios dos que nos são sugeridos, Deus nos houvera proporcionado os meios de o conseguirmos, como nos concedeu o de diferenciarmos o dia da noite. Quando uma coisa se conserva imprecisa, é que convém que assim aconteça".

--------P - Diz-se, comumente, ser sempre bom o primeiro impulso. É exato?

--------R - "Pode ser bom ou mau, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom naquele que atende as boas inspirações".

--------P - Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau?

--------R - "Estudai o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir".

--------P - Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?

--------R - "Para que sofrais como eles sofrem".

--------P - E isso lhes diminui os sofrimentos?

--------R - "Não, mas fazem-no por inveja, por não poderem suportar que haja seres felizes".

--------P - De que natureza é o sofrimento que procuram infringir aos outros?

--------R - "Os que resultam de ser de ordem inferior a criatura e de estar afastada de Deus".

--------P - Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?

--------R - "Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atraís, desejando o mal. Os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal podem eles ajudar-te na prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem, no íntimo, esse pendor. Mas, outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos".

--------P - Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

--------R - "Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem".

--------P - Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?

--------R - Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato".

--------P - Por que meios podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?

--------R - "Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: 'Senhor! não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal'".

--------P - Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la, unicamente, a uma disposição física?

--------R - "É, quase sempre, efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os Espíritos ou da que com eles tivestes durante o sono".

--------P - Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circustâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?

--------R - "Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-nos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a trouxeram para alí. Mas eles podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela direção e sugerir-lhe, depois, a de se apoderar da importância achada, enquanto outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se dá com relação a todas as demais tentações".

Observação:

Para compreendermos quanto os Espíritos podem nos influenciar, para o bem ou para o mal, cabendo-nos, porém, sempre, a responsabilidade pelos atos que praticarmos, transcreveremos no próximo capítulo, o de no 15, o que consta do livro "Nos Domínios da Mediunidade" onde, no capítulo XV, o Espírito André Luiz relata o que pode observar quando, em companhia do Espírito Áulus, a quem acompanhava para instruir-se quanto à maneira dos Espíritos influenciarem os homens, numa noite, aqui na Terra, entraram num restaurante de baixa categoria.

Tomaram conhecimento de um caso de influenciação para a prática do mal. Viram um Espírito influenciando um jovem escritor, já por si mesmo mal intencionado, para que escrevesse artigos para um jornal, denegrindo o caráter de uma senhora. O Espírito queria vingar-se da senhora e utilizava-se do moço irresponsável, como médium, sem que o moço percebesse estar servindo de instrumento.



Referência bibliográfica:
Livro dos Espíritos - segunda parte - capítulo IX




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