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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 01

Há Espíritos e eles sobrevivem à morte do corpo


A dúvida quanto a existência dos Espíritos tem, como causa primária, a ignorância a cêrca da verdadeira natureza deles.

Muitas pessoas, mais ou menos como os que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentados quando crianças.

Sem indagarem se tais contos, despojados dos acessórios ridículos, encerram algum fundo de verdade, essas pessoas unicamente se impressionam com o lado absurdo que eles revelam.

Mas, seja qual for a idéia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. A crença nos Espíritos é incompatível com a negação absoluta deste princípio.

Tomamos então, como ponto de partida, a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma. Existência, sobrevivência e individualidade, que têm no Espiritualismo a sua demonstração teórica e dogmática e, no Espiritismo, a sua demonstração positiva.

Desde que se admita a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é, também, que se admita:

-------- Que a natureza da alma difere da natureza do corpo visto que, separada deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo;

-------- Que a alma goza de consciência de si mesma, pois pode sentir alegria ou sofrer.

Admitido isso, tem-se que admitir que essa alma vai para alguma parte. Que vem a ser feito dela e para onde vai? Segundo a crença vulgar, vai para o céu ou para o inferno. Mas onde ficam o céu e o inferno? Dizia-se, outrora, que o céu era em cima e o inferno em baixo. mas o que são o alto e o baixo no Universo, uma vez que se conhecem a esfericidade da Terra e o movimento dos astros, que faz com que, aquilo que em dado instante está no "alto", doze horas depois esteja em "baixo"?

Muitas pessoas admitem a existência da alma ou Espírito, mas negam a possibilidade de nos comunicarmos com eles, pela razão - dizem - de que seres imateriais não podem atuar sobre a matéria.

É que supõem serem os Espíritos seres irreais, vagos e abstratos, o que não é verdade.

Figuremos, primeiramente, o Espírito em união com o corpo. Ele é o ser principal, pois é o ser que pensa, ama ou odeia e sobrevive à morte do corpo. O corpo não passa de um acessório seu, um invólucro, uma espécie de vestimenta, que ele deixa quando está muito usada.

Além desse invólucro material (o corpo), tem o Espírito um segundo invólucro, semi-material, que o liga ao primeiro. Por ocasião da morte, despoja-se do corpo mas não deste outro invólucro, o semi-material, a que damos o nome de perispírito.

Esse invólucro semi-material, que tem a forma humana, constitui para o Espírito um corpo fluídico, vaporoso, mas que, pelo fato de nos ser invisível no seu estado normal, não deixa de ter algumas propriedades da matéria.

O Espírito não é, pois, uma coisa vaga, abstrata. É um ser humano, transitóriamente sem o corpo carnal, mas que pode atuar sobre a matéria e comunicar-se com os homens (que são Espíritos encarnados) valendo-se do seu perispírito ou da transmissão do pensamento.

A existência da alma ou Espírito, e de Deus, constituindo a base de todo o edifício doutrinário, leva-nos a indagar do nosso interlocutor:

-------- Credes em Deus?

-------- Credes que tendes uma alma?

-------- Credes na sobrevivência da alma após a morte?

Se a resposta do nosso interlocutor for: "Não sei, desejava que assim fosse, mas não tenho certeza disso", expressão esta que, quase sempre, equivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o que ele chama de preconceitos respeitáveis, seria tão inútil continuarmos com a apresentação destes temas, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a sua existência.

Porque, em suma, as manifestações espíritas não são mais do que efeitos das propriedades da alma. Admitida que seja a base, não como simples probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, dela muito naturamente decorrerá a existência dos Espíritos.



Referência bibliográfica:
Livro dos Médiuns - Capítulo 1




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