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Resta, agora, a questão de saber se o Espírito pode comunicar-se com o homem, isto é, se pode com ele trocar idéias.
Porque não? Que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Porque não há de o Espírito livre se comunicar com o Espírito cativo, como o homem livre se comunica com o encarcerado?
Desde que seja admitida a sobrevivência da alma, ou Espírito, será racional não admitir-se a sobrevivência dos afetos? E podendo os Espíritos, libertos do corpo, irem a toda parte, não será natural acreditarmos que a alma de um ente que nos amou durante a vida, se acerque de nós, deseje comunicar-se conosco e se sirva para isso dos meios de que disponha?
Enquanto vivo, não atuava ele sobre a matéria do seu corpo? Não era quem lhe dirigia os movimentos? Porque razão, depois de morto, entrando em acordo com outro Espírito ligado a um corpo, estaria impedido de se utilizar deste corpo para exprimir seu pensamento, do mesmo modo que um mudo pode servir-se de uma pessoa que fale, para se fazer compreender?
Aos que, acreditando na existência de Deus, na existência da alma e na sobrevivência desta alma após a morte do corpo, mas não aceitando a possibilidade da alma poder se comunicar com os homens, Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, fez um convite: - O de provarem, partindo sempre do princípio da existência e da sobrevivência da alma:
--------1° Que o ser pensante que existe em nós, durante a vida, não mais pensa depois da morte;
--------2° Que, se continua a pensar, está inibido de pensar naqueles a quem amou;
--------3° Que, se pensa nestes, não cogita de se comunicar com eles;
--------4° Que, podendo estar em toda parte, não pode estar do nosso lado;
--------5° Que, podendo estar do nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
--------6° Que não pode, por meio do seu envoltório fluídico, atuar sobre a matéria inerte;
--------7° Que, sendo-lhe possível atuar sobre a matéria inerte, não pode atuar sobre um ser animado;
--------8° Que, tendo a possibilidade de atuar sobre um ser animado, não lhe pode dirigir a mão para fazê-lo escrever;
--------9° Que, podendo fazê-lo escrever, não lhe pode responder às perguntas nem lhe transmitir seus pensamentos.
Referência bibliográfica:
Livro dos Médiuns - Capítulo 1
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