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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 18

Obsessão - Exemplos de causas de obsessões


1° exemplo

A pessoa costuma alimentar continuamente pensamentos menos dignos, obscenos, pessimistas, etc. Usa a palavra para o deboche, a mentira, a maledicência. Os olhos e ouvidos para registrarem somente os aspectos negativos dos acontecimentos.

Com isto ficará ligada a Espíritos que também pensam e agem assim, e que a incentivarão a prosseguir nesse mesmo clima mental doentio. Inicia-se então um processo obsessivo, de prazo indeterminado, que cessará quando o obsediado modificar o teor de seus pensamentos.

2° exemplo

A pessoa é mal intencionada, pretendendo prejudicar seus semelhantes, ou planeja cometer algum crime, estando decidida mesmo, se necessário, a matar ou roubar. Com a mente neste clima de desequilíbrio e maldade, terá continuamente ao seu redor Espíritos maus, Espíritos que, quando viveram aqui na Terra, como homens ou mulheres, foram ladrões ou assassinos, e aos quais a morte física ainda não conduziu à regeneração moral. Esses Espíritos a influenciarão para que execute o que planeja.

N.B.: Perante a Lei Divina, somos responsáveis não só pelo mal que tivermos praticado, mas pelo mal que tivemos a intenção de praticar e que somente não praticamos por não ter se apresentado ocasião propícia. E, ainda, somos responsáveis pelo bem que deixarmos de praticar.

3° exemplo

Durante esta existência ou em anteriores, prejudicamos alguém, que sofreu por causa de nossa maldade. Essa pessoa ficou magoada mas, por sua própria bondade natural, nos perdoou espontaneamente.

Parecerá que o fato da pessoa a quem prejudicamos não ter ficado com ódio de nós, nos isentará da responsabilidade do mal praticado, mas não é o que acontece, porque a responsabilidade existe e permanecerá até que resgatemos o mal que fizemos.

Praticando o mal, sintonizamos com Espíritos cujos pensamentos e sentimentos são semelhantes aos nossos e os atraímos para junto de nós.

Esses Espíritos, por estarem habituados a praticar o mal, não conseguem admitir a idéia de que exista alguém que, ao ser prejudicado, não revide, pagando o mal com o mal.

Aproximam-se, então, de nós, e também da pessoa a quem prejudicamos e a influenciam para que se vingue do que lhe fizemos. Como a pessoa nos perdoou realmente, não atenderá às sugestões mentais que receber e, porque costuma pensar em coisas mais elevadas, mais dignas, não será atingida pela influenciação, ficando livre dos Espíritos maus.

Mas nós, que praticamos o mal conscientemente, ficaremos ligados àqueles Espíritos e seremos obsediados por eles para que prejudiquemos outras pessoas, e a continuidade da influenciação vai nos ocasionar sofrimentos de intensidade igual ao que provocamos nos outros, inclusive ao que provocamos na pessoa que nos perdoou.

Essa perturbação espiritual, pelo fato dos Espíritos maus se ligarem a nós, perispírito a perispírito, pode resultar também em doenças físicas, somente curáveis quando houver a nossa reforma moral e o consequente desligamento dos Espíritos maus.

Mas, notemos que sempre é tempo de se refazer o destino e o resgate dos erros praticados pode ser suavizado, compensado, modificado mesmo, pelo bem que fizermos aos nossos semelhantes.

A Lei Divina não estabelece que recebamos um castigo pelo mal que praticarmos, para sofrermos também. A dor que resultar para nós, em consequência do erro cometido, terá o caráter não de castigo, mas de alerta, para voltarmos ao caminho do bem.

4° exemplo

A pessoa a quem prejudicamos, nesta ou em existências anteriores, tinha bons sentimentos, mas a nossa maldade a prejudicou tanto que ficou descontrolada e o desespero fez surgir, em sua mente, o ódio por nós e o desejo de vingar-se.

Neste caso, quando os Espíritos maus que nós atraímos para a nossa própria companhia se aproximarem também dela, para a influenciarem, a pessoa poderá dar ouvidos às sugestões mentais que receber deles, para que leve a cabo os planos de vingança que até então se esboçavam em sua mente.

A nossa vítima, ficando aberta à influenciação desses Espíritos maus, se transformará num obsediado desses Espíritos, porque estará sintonizada em íntima afinidade com eles.

N.B.: Se o prejuízo que causamos a essa pessoa foi numa existência anterior, se ambos desencarnarmos e, posteriormente, nós reencarnamos, mas ele continuou no plano espiritual, ou se prejudicamos essa pessoa durante a atual existência e ela desencarnou, levando em seu coração o ódio por nós, que continuamos vivendo na Terra, enfim, se quem nos odeia é um Espírito e nos odeia porque o prejudicamos, e ele nos atacar transformando-se em nosso obsessor, mas ao mesmo tempo ele também estiver sendo influenciado por Espíritos maus que o incentivam a prosseguir na vingança ... (prestemos atenção nos detalhes da lição) ...

... Se formos a um Centro Espírita e o médium a quem pedirmos orientação disser que percebe ao nosso lado um Espírito que nos odeia, em que posição, conscientemente, poderemos nos colocar?

Somos vítimas ou verdugos?

Não fomos nós que lançamos aquele Espírito ao desequilíbrio?

É verdade que, por estarmos reencarnados, não nos lembramos de nosso passado, esquecido temporariamente ao retornarmos à Terra.

Mas Deus não é infinitamente bom e justo?

Deus permitiria que sofrêssemos o assédio de um Espírito mau, se também não tivéssemos agido mal, se não tivéssemos alguma culpa, mesmo que não lembremos qual seja?

Devemos repelir aquele Espírito ou pedir-lhe perdão pelo mal que porventura lhe tenhamos feito, embora, repetimos, não nos recordemos do passado?

Devemos procurar afastá-lo de nós, de qualquer maneira, ou nos reformarmos moralmente para que ele, mirando-se em nosso exemplo de regeneração, também seja induzido a proceder da mesma maneira?

Mas, lembremos de uma coisa, que é importante quando nos dirigimos aos Espíritos: eles lêem os nossos pensamentos. O nosso pedido de perdão não pode ser de simples palavras, mas do desejo sincero de procedermos de acordo com o que estivermos falando.

Nos parágrafos acima dissemos ser difícil, quase impossível, sabermos, aqui na Terra, quem é vítima ou verdugo, nos dramas de obsessão que surgem constantemente.

E pedimos que meditassem bastante no 4° exemplo, apresentado como uma das causas que podem dar origem à obsessão. Vamos prosseguir, apresentando outros exemplos.

5° exemplo

A pessoa a quem prejudicamos, nesta existência ou em anteriores, já era má e, quando lhe causamos sofrimentos, a sua reação natural, normal para ela, foi a de nos incluir na lista de seus inimigos e providenciar vingança.

Essa pessoa já tinha ao seu redor Espíritos também maus, que a secundavam em seus propósitos maléficos, e a estes Espíritos viriam juntar-se outros, aqueles que, por qualquer motivo, já eram nossos inimigos pessoais.

Num caso desses seríamos atacados por esses Espíritos e, quase infalivelmente, atingidos, porque seríamos classificáveis como moralmente imperfeitos e responsáveis pelo desencadeamento daquele processo de vingança. O fenômeno da obsessão estaria se manifestando mais uma vez.

Agora imaginemos o que poderá acontecer se tivermos nos acumpliciado com o mal, de qualquer maneira, numa existência anterior, que pode ter sido há 100 anos ou há 1.000 anos.

Nossos inimigos e também nossos cúmplices, poderão ficar nos perseguindo continuamente durante as reencarnações que tivermos e também enquanto permanecermos como Espíritos, no plano espiritual, durante os intervalos das reencarnações.

Podemos, também, ao invés de perdoar ou ser perdoados, ter ficado revidando ataque por ataque, golpe por golpe, pagando o mal com o mal, enrodilhando-nos como que num círculo vicioso.

Depois de tanto atacar e ser atacados, ainda que nos recordássemos de todos os detalhes dos acontecimentos, desde o seu início, poderíamos dizer, em sã consciência, que somos vítimas e não verdugos?

6° exemplo

Outra causa que pode resultar em obsessão é quando a mulher pratica o aborto, repelindo o Espírito que renasceria como seu filho. Este Espírito pode ficar revoltado e atacar aquela que o impediu de renascer na Terra, estendendo o seu ódio, também, a todos que tenham contribuído, de qualquer maneira, para que o aborto fosse praticado.

Obs.: O problema das consequências espirituais do aborto, entre as quais se inclui a obsessão, como mencionado acima, será estudado numa aula específica sobre o assunto.




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