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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 23

Obsessão - Tratamento de obsessões


Uma pessoa é obsediada por ter imperfeições morais e, se percebemos que estamos sendo atacados por um Espírito mal intencionado e tomamos providências apropriadas, podemos não só evitar sermos atingidos pelo Espírito, como auxiliar o infeliz a regenerar-se.

Notemos que existe uma diferença entre ser atacado e ser atingido pelo Espírito.

Podemos ser atacados, mas se tivermos a mente higienizada e um proceder correto, se estivermos firmemente decididos a pautar todos os atos de nossa vida para que possamos progredir moralmente, este nosso proceder correto nos livrará de sermos atingidos pelo Espírito obsessor porque, instintivamente, repeliremos qualquer sugestão para a prática do mal que ele nos transmitir através de pensamentos.

Sentindo que um Espírito infeliz nos assedia, podemos fazer preces em seu favor. Não pedindo que Deus o afaste de nós para que não nos prejudique, mas pedindo que Espíritos bons possam socorrê-lo, conduzindo-o a hospitais do mundo espiritual, onde lhe proporcionem um tratamento adequado para que sua mente e coração despertem para o destino que o Criador reservou para todos nós.

Podemos, também, recorrer ao socorro dos passes espirituais, indo a um Centro Espírita bem orientado, o que se reconhece quando é dirigido e frequentado por pessoas que estudam metodicamente a doutrina espírita e dediquem uma parte do tempo ao trabalho de socorro aos necessitados.

Ao recebermos um passe espiritual, ocorrerá o seguinte: um médium, depois de ter feito preces, pedindo a presença de um Espírito bom, que possa vir nos socorrer em nome de Deus, ao sentir a presença do Espírito bom, estenderá a sua mão sobre a nossa cabeça.

O Espírito bom projetará fluídos apropriados para o caso, sobre o médium. Estes fluídos espirituais misturar-se-ão aos fluídos magnéticos do próprio médium e, em seguida, serão projetados sobre nós.

Quando esses fluídos jorrarem sobre nós, por serem fluídos finos, quintessenciados, porque doados por amor fraterno, como que se introduzirão em nosso próprio perispírito.

E, à medida que esses fluídos finos penetrarem em nosso perispírito, irão desalojando os fluídos pesados que o obsessor também havia projetado sobre nós.

Na proporção que os fluídos do obsessor forem sendo desligados de nós, ele irá perdendo os pontos de contacto conosco e diminuindo a possibilidade de nos influenciar.

Com o obsessor também ocorrerá um fenômeno muito interessante. Ele, recebendo a projeção de fluídos leves, doados por amor fraterno, sentirá que seu coração está se acalmando e que sua mente, atordoada pelo ódio, se desanuvia pouco a pouco. Em inúmeros casos de tratamento espiritual, nesta fase o obsessor já poderá rever o seu próprio passado, quando reconhecerá que nós não somos tão culpados quanto nos julgava.

Nessa pausa do ódio, o obsessor será socorrido pelos seus próprios guias espirituais, que o auxiliarão a recordar-se do tempo em que, por não viver atordoado pelo ódio, vivia feliz.

Ele se lembrará das pessoas a quem amou e que também o amaram, e verá que esse amor ainda existe, mas que estava esquecido em resultado do desespero que envolvera o seu coração.

Observemos um detalhe: O maior trabalho de socorro, a maior quantidade de fluídos finos, a maior atenção dos Espíritos bons que vieram nos dar o passe, não é dedicada a nós, mas àquele Espírito infeliz que estamos chamando de nosso obsessor.

Se, terminado o socorro do passe espiritual, o nosso obsessor decidir-se por nos perdoar daquilo que nos julgava devedor e regenerar-se, e se nós também nos decidirmos pela nossa reforma íntima, o problema desse caso de obsessão estará resolvido.

Mas, geralmente, não se resolvem com tanta facilidade porque, terminado o passe espiritual, tanto nós quanto o obsessor reabrimos o problema de influenciação.

N.B.: Dizemos, reabrimos o problema, porque às vezes o obsessor quer se regenerar, porém nós continuamos a manter a nossa mente presa ao problema e o atraímos, contra a sua vontade, para perto de nós.

Porém, sempre chega um dia em que é posto um ponto final naquele caso de obsessão.

Mas esse dia, às vezes acontece depois de várias semanas, meses, anos, ou somente depois de várias reencarnações.

Por isso, repetimos o que dissemos nas primeiras aulas sobre obsessões: Uma pessoa poderá ser muito bem intencionada ao afirmar a um obsediado que sua obsessão terminará rapidamente. É confortador para o obsediado ouvir isso. Mas o problema da obsessão é complexo e, aqui na Terra, dificilmente consegue-se saber quem, num drama de obsessão, é vítima ou verdugo.




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