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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 07

Reencarnação - Providências para a reencarnação


Ninguém nasce por acaso. Todos os nascimentos são planejados no mundo espiritual, tanto para o Espírito que deva viver na Terra por 100 anos, como para aquele que precisa desligar-se do corpo físico quando este ainda estiver no ventre materno, não tendo propriamente nascido para a vida. Nesta última hipótese está, evidentemente, excluído qualquer esforço dos pais provocando o aborto.

Quando um Espírito vai reencarnar, Espíritos especializados no assunto estudam o passado do candidato à reencarnação e fazem um mapa de suas necessidades mais urgentes, para que esse reencarnante se harmonize com as leis divinas.

Feito esse estudo, traçam um programa de tarefas edificantes para serem cumpridas por ele, na Terra, e os guias da reencarnação fixam uma cota de valores espirituais que ele terá a possibilidade de conseguir, durante a existência terrena.

Mas, adquirir essa cota de valores eternos, dependerá do seu esforço e, também, do seu livre arbítrio, pois o reencarnante poderá conseguir até ultrapassar a cota, ou não conseguir nada e, até mesmo, agravar o seu destino, praticando o mal e não o bem, aumentando, com isso, o seu débito para com a lei divina.

Notemos que o programa de realizações é traçado para o bem do Espírito reencarnante, mas isto não significa que seja o seu destino, pois que não existindo determinismo ou fatalismo, o destino será feito por ele mesmo que, com as ações do presente, irá delineando o futuro, em consequência de leis naturais de ação e reação.

O processo de cada reencarnação tem particularidades próprias diferindo, em cada caso, quanto aos detalhes, mas tendo como regra básica geral, a de ser indispensável para todos os Espíritos e a de oferecer ao reencarnante possibilidades de progresso.

Quanto às particularidades, elas decorrem de existirem, no mundo espiritual, Espíritos em diferentes condições quanto ao conhecimento da situação em que se encontram e sobre o mundo em que vivem.

Há Espíritos que não sabem que morreram, pensam que ainda continuam vivendo na Terra e, para estes, muitas vezes, os guias de reencarnação providenciam para que renasçam e, adormecendo no mundo dos Espíritos, acordem na Terra, encarnados num corpo de criança, sem tomarem conhecimento do que lhes aconteceu.

Existem outros Espíritos que sabem que morreram, mas são tão ignorantes e indiferentes a tudo que os cerca no mundo espiritual, que também reencarnam sem entenderem o que está acontecendo.

Porém, muitos Espíritos, embora medianamente evoluídos, estão conscientes da própria situação e, quando chega a hora de reencarnarem, colaboram nos planejamentos que a eles digam respeito.

Para o nosso estudo, tomaremos como exemplo o caso de um desses Espíritos, consciente da situação. Em linhas gerais, acontecerá mais ou menos o seguinte:

Depois de ter desencarnado, o Espírito passa a viver no mundo espiritual e, assim que se liberta do atordoamento e perturbação dos sentidos, próprios do fenômeno da morte física, começa a se recordar do que fez durante a última existência terrena.

Passam pela sua mente as recordações das ações que praticou e as considera importantes, em razão das consequências que tiveram sobre ele, como Espírito, e sobre as pessoas com as quais se relacionou durante a vida na Terra.

Fica contente com o bem que tenha feito e triste com o mal praticado.

Esse exercício de recordação pode ampliar-se fazendo-o relembrar, também, fatos ocorridos durante reencarnações anteriores à última que teve, o que lhe dá uma visão clara da necessidade de fazer alguma coisa para reparar as faltas que tenha cometido contra os seus semelhantes.

Mas, notemos que a lei divina não lhe permite recordar-se, de repente, de atos que tenha praticado em reencarnações passadas, se a lembrança do que fez puder lançá-lo em desequilíbrio das emoções, prejudicando-o no seu nobre propósito de emendar-se.

Futuramente, ele irá relembrando todo o seu passado milenário, mas isto acontecerá na medida em que for evoluindo. Pode-se dizer que conseguirá ver para trás, no passado, na proporção em que caminhar evolutivamente para frente.

Ele conseguirá fazer o retrocesso da memória somente quando a lembrança do passado representar para ele, de alguma forma, uma lição construtiva para o seu aprimoramento.

Há leis da Natureza que funcionam por sistemas inapreensíveis ao entendimento do homem comum que impedem, automaticamente e de maneira absoluta, que determinados conhecimentos sejam revelados, para os homens ou para os Espíritos, enquanto não chegar a hora apropriada.

Pela análise do seu passado, o Espírito conclui que o melhor para ele, no momento, será uma nova reencarnação, que lhe permitirá encontrar-se na Terra com antigos desafetos, e todos, beneficiados com o esquecimento temporário que o nascimento proporciona, reconciliarem-se, quebrando os laços de ódio ou antipatia que os aprisiona e lhes atormenta a mente.

Pode acontecer, também, que o Espírito, ao relembrar o seu passado, verifique ter participado de empreendimentos nobres, em favor de seus semelhantes e, então, desejar renascer para dar prosseguimento às tarefas que tenham sido interrompidas pela morte do corpo.

Em qualquer dos casos, dirige-se aos mentores espirituais encarregados dos processos de reencarnação e solicita-lhes que permitam sua volta à Terra.

Se a solicitação for aceita o Espírito, agora já considerado como reencarnante, tem seu passado cuidadosamente estudado por técnicos no assunto e estes, como já citamos anteriormente, fazem um mapa de suas necessidades e programação do que deverá realizar, quando reencarnado, para conseguir o fim desejado, o de rearmonizar-se com adversários ou concluir os empreendimentos dignos que havia iniciado na Terra.




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