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CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

Parte 1 - Capítulo 21

Obsessão - O despertar da consciência


Vimos que praticando o mal, prejudicando o nosso próximo ou a nós mesmos, por nos viciarmos em bebidas, tóxicos, jogos, etc, atraímos Espíritos maus e viciados, aos quais ficamos ligados por afinidade de pensamentos e de sentimentos.

O fato desses Espíritos permanecerem ao nosso lado, influenciando-nos negativamente, não significa, necessariamente, que vamos nos sentir mal ou incomodados com a presença deles.

Pode até acontecer de nos sentirmos muito bem com eles por perto, embora os percebamos, porque deles, através das sugestões mentais, não receberemos nenhuma crítica e até, pelo contrário, seremos incentivados a continuar prejudicando os nossos semelhantes e chafurdando cada vez mais nos vícios em que nos comprazemos.

Diante do exposto, poderíamos chegar à conclusão de que, dependendo somente de nossa vontade, podemos ficar praticando o mal eternamente, como homens, quando encarnados, ou como Espíritos, quando desencarnados.

Podemos, de fato, permanecer nesse clima durante muito tempo, séculos e até milênios, mas não eternamente, porque a cada ação que praticarmos desencadearemos uma reação, correspondente em força e em intensidade à ação praticada.

Praticando o mal, causando sofrimento, receberemos, de retorno, sofrimentos de intensidade igual. É a lei de ação e reação.

E, mesmo que o mal praticado seja somente contra nós mesmos, quando pela satisfação de vícios atrofiamos nosso corpo carnal, abreviando nossa existência na Terra, sofreremos as consequências, pois seremos classificados perante a Lei Divina como suicidas.

Quando, por muito endurecidos, suportarmos os choques de retorno por tempo prolongado, sofrendo, mas sem nos dispormos à regeneração, os nossos guias espirituais, para que deixemos de sofrer, providenciam para que possamos reencarnar, independente de querermos ou não renascer na Terra. São as chamadas reencarnações compulsórias.

Planejam a reencarnação visando o nosso bem e seremos beneficiados, realmente, se cumprirmos a programação que foi feita. E os nossos guias providenciam também para que reencarne, no círculo de nossas relações terrenas, um Espírito ao qual dediquemos uma afeição sincera.

Esse Espírito poderá ter sido até mesmo um cúmplice de nossos atos menos dignos, que recebe a oportunidade de renascer na Terra para refazer o próprio destino.

Mas poderá ser, também, um Espírito razoavelmente bom, que não esteja acumpliciado com os nossos erros e que aceite renascer para nos auxiliar.

Passamos, então, a viver na Terra, esquecidos do passado e ainda protegidos, temporariamente, da influência dos Espíritos maus aos quais estávamos ligados.

Conforme tenha sido programado no mundo espiritual, chega a época em que poderemos, aqui na Terra, participar de tarefas construtivas em benefício de nossos semelhantes e encetarmos a nossa reforma íntima e, para isso, nossos guias providenciam para que as oportunidades de trabalho surjam, como se fosse por acaso.

Pode acontecer de, até essa época, estarmos vivendo com equilíbrio, sem fazermos o bem mas não fazendo mal a ninguém, isto segundo o conceito dos homens (mas já aprendemos que somos responsáveis não somente pelo mal que praticarmos, como também pelo bem que deixarmos de fazer).

Surgindo a oportunidade de colaborar para o bem do próximo, sentimo-nos atraídos para atender o convite, mas depois hesitamos e, a seguir, desistimos da tarefa enobrecedora.

Recusando-nos a fazer o bem, pretendemos acomodar-nos à situação anterior: não fazer bem nem mal.

Mas isso, para nós, não é mais possível, porque pode-se dizer que, para aquela reencarnação, fomos "programados" para fazer o bem. Teremos todas as oportunidades e somente a decisão final é que será deixada ao nosso arbítrio, para termos o mérito dessa decisão.

Fechando-os à influência do bem, abrimos as portas para recebermos a influenciação negativa e damos oportunidade a que nossos antigos companheiros espirituais, desequilibrados, liguem-se a nós e, pelos canais da transmissão do pensamento, nos influenciem para praticarmos o mal, como antigamente.

Pode acontecer de resistirmos à influenciação e continuarmos, embora atormentados por eles, sem fazer o mal que sugerem, mas também não fazendo o bem que já havíamos recusado.

Lembremos que a reencarnação colocara, aqui na Terra, um Espírito de quem gostamos e que está igualmente lutando pela vida e, de alguma forma, resgatando o passado e refazendo o próprio destino.

Nossos guias espirituais chamam a nossa atenção para o drama que esse Espírito, reencarnado como nosso parente consanguíneo ou simplesmente pertencendo ao círculo de nossas relações, está vivendo. Passamos a sentir o seu problema e a desejar ajudá-lo, mesmo que à custa de nosso sacrifício.

E, então, sentindo que, como em muitos outros casos, a ciência ou a riqueza dos homens são insuficientes para resolver o problema no qual ele está envolvido, pela afeição que dedicamos àquela pessoa, para auxiliá-la, como último recurso dirigimos o nosso pensamento a Deus.

O que o nosso sofrimento pessoal não conseguiu fazer em nosso próprio benefício, o sofrimento da pessoa a quem amamos conseguiu, o de fazer-nos voltar para Deus.




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